Brasília (DF) — O sonho do Brasília em avançar nos playoffs do Novo Basquete Brasil (NBB) está cada vez mais distante. Na noite desta segunda-feira (28/4), jogando no ginásio Nilson Nelson, a equipe candanga foi dominada pelo São Paulo e acabou derrotada por 54 a 69, no segundo jogo da série das oitavas de final. Agora, o time precisa vencer três partidas seguidas para continuar na disputa. A missão é ainda mais complicada considerando o histórico: o Brasília jamais venceu os paulistas na história do NBB e já acumula 14 reveses consecutivos contra o adversário.
A derrota marca também a sétima seguida do time do Distrito Federal nesta edição do campeonato. Apesar do apoio da torcida, os brasilienses encontraram dificuldade para reagir diante de um São Paulo mais organizado e eficiente. O armador Lucas Lacerda foi o principal pontuador da equipe da casa, com 17 pontos, seguido por 12 do ala Gemadinha. Já o norte-americano Anton Cook, uma das principais armas ofensivas da equipe, teve atuação apagada, marcando apenas dois pontos.
Pelo lado tricolor, o ala Malcolm Miller foi o destaque, com 18 pontos, enquanto o brasiliense Paulo Lourenço teve atuação sólida, com 11 pontos, sete rebotes e uma forte presença defensiva. “Sou sempre muito grato por Brasília e sou feliz estando aqui, então jogar dando meu máximo em quadra é a melhor forma de mostrar respeito. Hoje a gente fez isso. Fizemos o que estava planejado defensivamente, conseguimos correr no ataque para aproveitar as bolas e tirar o ritmo ofensivo do Brasília. Agora é jogo a jogo e precisamos nos preparar para outra batalha”, declarou Paulo.
Ataque ineficaz e defesa desorganizada marcam atuação do Brasília
Um dos pontos mais críticos da partida foi o aproveitamento ofensivo do Brasília, que converteu apenas 28% dos arremessos totais. A equipe também teve dificuldade em conter as investidas do São Paulo dentro do garrafão, onde os visitantes tiveram 65% de aproveitamento nos chutes de curta distância. Além disso, a quantidade de faltas ofensivas e perdas de posse minaram qualquer tentativa de reação.
O primeiro quarto já deu o tom do que seria o jogo. O São Paulo começou com intensidade, abrindo vantagem após um toco de Paulo em Anderson, uma cesta trabalhada de Ansaloni e uma bola de três pontos de Miller. O Brasília até melhorou com a entrada de Gemadinha, mas não conseguiu impedir que o adversário fechasse a parcial em 24 x 13.
Tentativas de reação não surtiram efeito
No segundo período, os donos da casa tentaram reagir, apostando nos arremessos de fora e pressionando a saída de bola dos paulistas. Por alguns minutos, a estratégia funcionou. No entanto, o São Paulo logo voltou a dominar, respondendo aos ataques do Brasília com bolas de três e mantendo a vantagem confortável. Ao fim do primeiro tempo, os visitantes venciam por 41 x 22.
Após o intervalo, a defesa do Brasília melhorou, conseguindo limitar as ações ofensivas do São Paulo a apenas sete arremessos em 10 minutos. Contudo, a ineficiência ofensiva da equipe candanga impediu que a diferença no placar diminuísse. Com apenas 10% de acerto nas bolas de três no terceiro quarto (1 de 10), o Brasília foi para a última parcial ainda 16 pontos atrás.
Na reta final, o time da casa tentou acelerar o jogo para correr atrás do prejuízo, mas esbarrou na experiência do São Paulo, que soube controlar o ritmo e administrar o tempo no cronômetro. O resultado final, 69 a 54, espelhou a superioridade do time paulista, que agora lidera a série por 2 x 0.
Próximos desafios e possível despedida precoce
Com o revés, o Brasília está em situação crítica nos playoffs. Para seguir vivo na competição, a equipe precisará vencer os três jogos restantes da série. A terceira partida será disputada novamente no Nilson Nelson, nesta quarta-feira (30/4), às 20h15. Caso vença, o time força um quarto jogo em São Paulo, no sábado (3/5). Se conseguir empatar a série, o decisivo jogo 5 será novamente em Brasília, no dia 6 de maio.
O vencedor desse confronto enfrentará nas quartas de final quem sair vitorioso entre Paulistano e Bauru, outra série que promete equilíbrio.
Para os torcedores brasilienses, o clima é de apreensão. A equipe, que retornou aos playoffs após um período de reconstrução, vê o esforço de uma temporada inteira ameaçado por uma sequência negativa de resultados e pelo domínio incontestável do rival paulista no histórico dos confrontos.
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