O estádio Serra Dourada celebrou seus 50 anos com um evento especial na noite desta segunda-feira (10). A comemoração incluiu um jogo festivo, homenagens a personagens históricos, shows musicais e o lançamento de um fotolivro sobre a trajetória do principal palco do futebol goiano. A festividade aconteceu um dia após a data oficial de inauguração do estádio, que ocorreu em 9 de março de 1975.
Apesar de ser aberto ao público, o evento atraiu um número reduzido de torcedores, que acompanharam as homenagens das arquibancadas e cadeiras do estádio. Entre os presentes, estavam ex-jogadores, dirigentes esportivos e autoridades, como o ex-governador Leonino Caiado, responsável pela construção do Serra Dourada.
Leonino Caiado, que governava Goiás na época da construção do estádio, foi um dos homenageados e relembrou o discurso que fez no dia da inauguração. “Naquele dia, o público queria ver futebol e não discursos. Então, fui direto ao ponto e disse: ‘Apesar de críticas e aplausos, o Serra Dourada está entregue’. Agora, 50 anos depois, fico emocionado em ver essa celebração”, declarou o ex-governador, primo do atual chefe do Executivo estadual, Ronaldo Caiado.
Além dele, ex-jogadores que fizeram história no Serra Dourada foram reconhecidos. Atletas que participaram da partida inaugural do estádio, em 1975, também receberam homenagens especiais. Naquele jogo, a seleção goiana venceu Portugal por 2 a 1. Entre os ex-jogadores homenageados estavam Macalé, Raimundinho, Tuíra e Alexandre Neto, além de Paulo Gonçalves, técnico da equipe goiana naquela partida histórica.
Para Alexandre Neto, a volta ao estádio trouxe lembranças marcantes. “Quando entrei aqui, lembrei da inauguração, quando pisei no gramado pela primeira vez com a camisa da seleção goiana. Lembro como se fosse ontem. Foi um momento inesquecível”, disse o ex-atleta.
O ponto alto da celebração foi o jogo festivo que reuniu ídolos do futebol goiano. Nomes como Alex Dias, Moisés, Fabão, Vitor, Leonardo Valença, Tim, Kleber Guerra, Elias, Wilson Sorriso, Wesley e Cacazinho voltaram a atuar no gramado do Serra Dourada.
O ex-zagueiro Fabão, que brilhou pelo Goiás, expressou sentimentos mistos ao retornar ao estádio. “Fico triste de ver o Serra Dourada sem receber jogos com frequência. Sei que haverá reforma, o que é positivo. Aqui tem espaço para academia, restaurante, tudo para ser um estádio moderno. Voltar aqui é especial, lembro dos tempos em que o Goiás impunha respeito. Espero que isso volte a acontecer”, afirmou.
Outro destaque da noite foi o lançamento do fotolivro comemorativo dos 50 anos do Serra Dourada. Produzido pelo Governo de Goiás em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (FGTVE), o livro narra a trajetória do estádio por meio de imagens históricas.
O material, que não será comercializado, reúne um acervo de 40 páginas em formato de linha do tempo, com fotografias cedidas por Lamartine Reginaldo da Silva Júnior, engenheiro responsável pela obra do estádio. Os ex-jogadores que participaram da partida inaugural receberam exemplares do fotolivro como lembrança da data especial.
O governador Ronaldo Caiado destacou a importância do Serra Dourada e as melhorias recentes feitas no local. “Estar à frente do governo na celebração dos 50 anos deste estádio, idealizado pelo meu primo Leonino Caiado, é muito significativo. O Serra Dourada tem uma arquitetura reconhecida nacionalmente e, agora, passou por melhorias como nova iluminação, reforma dos banheiros e recuperação da capela”, disse o governador.
Durante o evento, o presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), Ronei Freitas, anunciou que o troféu do Campeonato Goiano de 2024 levará o nome de Leonino Caiado. Além disso, afirmou que trabalha para trazer de volta grandes eventos ao estádio, incluindo partidas da seleção brasileira.
O Serra Dourada, que já recebeu jogos históricos e sediou partidas de grandes clubes brasileiros, vive um momento de incerteza sobre seu futuro. Enquanto se discute sua modernização e possível privatização, a celebração dos 50 anos serviu para reforçar a importância do estádio para o futebol goiano.
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